Pular para o conteúdo principal

Cenografia Ambulante...



Cenografia a Arte de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos.

Talvez nem chegue a uma dezena os cenógrafos brasileiros que conseguem aliar sólida formação acadêmica com longa experiência nos palcos teatrais, trajetória premiada e, sobretudo, amplo conhecimento também na área da arquitetura cênica, ou seja, saibam construir e reformar teatros. O carioca José Dias, professor titular nessa arte na Universidade do Rio (Unirio) é um deles.


Espetáculo O Carteiro e o Poeta

Quem viu, por exemplo, o cenário de José Dias para O Carteiro e o Poeta dirigida por Aderbal Freire-Filho (em São Paulo ficou em cartaz no Teatro Hilton) dificilmente esquece sua impactante simplicidade. "A cenografia evoluiu ao longo dos anos dos grandes volumes e da verticalidade para a síntese", argumenta Dias. "Eu faço parte da equipe de criação desde a primeira leitura do texto. Acompanho ensaios. Ao cenógrafo cabe uma resposta gráfica à proposta cênica da direção. Não se pode fazer cenário por vaidade, criar para o próprio umbigo. Cenografia é linguagem, não tem que ser necessariamente bela, tem que ter prática, precisa estar em sintonia com a proposta cênica e os seus outros elementos: figurinos, iluminação, dramaturgia e interpretação."


Se a busca do decorativo é erro grave em cenografia, criar auditórios em vez de teatros é o equívoco mais comum na arquitetura cênica. "Dá para contar nos dedos os profissionais especializados. Por isso, ao construir um edifício teatral, o arquiteto deveria ter humildade e consultar um deles", observa Dias. Especialistas, como ele, são comumente chamados para "reformar" espaços mal planejados. "Muitas vezes já é tarde, só demolindo seria possível fazer um bom teatro. Falta urdimentos, coxias, espaço para entrar com cenário e visibilidade. E depois a cidade reclama que os artistas não passam por lá. Como, se a sala não oferece condições técnicas?" Fonte: Entrevista de Beth Néspoli com José Dias.


Teatro do Espaço Cultural dos Correios

Isso realmente é verdadeiro, as salas de espetáculos devem receber uma assessoria de cenógrafos experientes durante a fase de desenho do projeto e o acompanhamento até a fase final da construção.Vale lembrar ainda que cenários fixos e geralmente enormes e pesados demais são usados apenas em Óperas e grandes espetáculos, com muito apoio institucional e do Governo e são apresentadas uma vez por ano dependendo do lugar.E os grupos menores?Que para sustentar seus espetáculos buscam divulgação “boca a boca” e difundem suas propostas fazendo longas turnês e com grande esforço, muitas vezes recebem apenas pequenos elogios.Precisam de cenários menores ou menos complexos por causa dos problemas de transporte.Assim fica quase impossível montar e desmontar tudo para uma próxima viagem. “O problema não é investir na costrução... o problema é viajar com cenário grande e em um estado com poucos teatros decentes” afirma Max Reinert da Téspis Cia. de Teatro.
 


Espetáculo Sobre Anjos e Grilos, atriz Deborah Finocchiaro 

Por esses e outros motivos grupos defendem o uso da Mídia e Tecnologia, onde os espetáculos dependem diretamente dos recursos de comunicação existentes hoje, relacionando também o homem com a contemporaneidade trazendo-o para uma nova proposta e junto com a encenação deixar uma “moldura” moderna onde os sentidos e sentimentos de atores e público se fundem para dar suporte à dramaturgia. Recursos como projeção de imagens em tela, celulares, controles remotos, computadores já nos mostram a modernização da cenografia e de outros recursos cênicos que ainda viram.



Fontes: Rafael C Bombazar.

Comentários

mARINA mONTEIRO disse…
Floripa que o diga sobre os auditórios né? E espaços multiusos...virou febre por aí...
E os espaços mais alternativos? Onde se encontram?
Ai essa vida de arttista
haha
bjs querido
mt bom seus posts!
MaxReinert disse…
Pois.... de qulquer forma, seguimos fazendo... tentando dar um jeito pra juntar criatividade com praticidade! Boa produção com as possibilidades!
Bom ver alguém escrevendo sobre teatro em SC... coisa rara!
André Durand disse…
Olá,

Sou diretor e produtor de dois grupos de danças um especificamente de Danças Urbanas e estou a inscrever o referido trabalh em editais culturais e como fazer para a possibilidade de estarmos criando um cenario movel para espacos publicos e particular.
Grato Andre
Qual e-mail de voces.
André Durand disse…
Olá,

Sou diretor e produtor de dois grupos de danças um especificamente de Danças Urbanas e estou a inscrever o referido trabalh em editais culturais e como fazer para a possibilidade de estarmos criando um cenario movel para espacos publicos e particular.
Grato Andre Durand. andredurand_am@hotmail.com
Qual e-mail de contato

Postagens mais visitadas deste blog

Série gay independente mostra a vida de soropositivos e os perigos da AIDS

No dia 21 de outubro começou a ser exibida na internet, a webserie “Positivos”, uma produção independente e realizada sem recursos ou patrocínio que tem como tema principal a AIDS, a partir da história de um grupo de quatro jovens que são soropositivos e dividem um apartamento. A trama tem temática gay e se passa no Rio de Janeiro. A ideia do projeto é alertar a sociedade do perigo da AIDS num período em que existe a falsa sensação de que a epidemia da doença foi controlada e faz muitas pessoas relaxarem quanto aos cuidados preventivos, como o uso da camisinha, por exemplo. Segundo dados oficiais, só no Brasil são mais de 36 mil novos casos por ano e mais de 11 mil óbitos em consequência do vírus. Até junho de 2012, mais de 650 mil diagnósticos de HIV no país foram confirmados. Na sinopse da trama, Hernandes (Carlo Porto) foi contaminado nos anos 90, período crítico da epidemia. Casado e com um filha, se separou da mulher quando começou a se sen...

PRAIA DE ITAGUAÇU - FLORIANÓPOLIS

Itaguaçu (Florianópolis) Coordenadas: 27° 36' 47" S 48° 35' 23" W Itaguaçu é um bairro nobre da cidade brasileira de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Está situado na porção continental do município, ao sul, entre os bair ros de Coqueiros e Bom Abrigo e a Baía Sul. O nome Itaguaçu é de origem tupi e quer dizer literalmente "Viveiro de Pedras Grandes" ou "Lugar onde há Pedras Grandes". Estas pedras constituem interessantes formações de granito à beira da praia de Itaguaçu e em meio ao mar da Baía Sul, havendo mesmo uma lenda que conta de bruxas que teriam sido petrificadas, dando origem às pedras, uma das quais parece ter um chapéu, e também há um conjunto de 6 pedras que formam um tipo de um círculo com uma sétima pedra no meio (alusão a ritual satânico)… Existem pequenas praias urbanizadas nas quais alguns bares e restaurantes são especialmente agradáveis pela vista que se descortina, o que faz com que haja um bom mo...

CONGRESSO INTERNACIONAL DOS 270 ANOS DA PRESENÇA AÇORIANA EM SANTA CATARINA

CONGRESSO INTERNACIONAL DOS 270 ANOS DA PRESENÇA AÇORIANA EM SANTA CATARINA MAR, HISTÓRIA, PATRIMÔNIO, LITERATURA E IDENTIDADE. Eventos, Congressos e seminários ligados as comemorações da chegada dos açorianos em Santa Catarina tem vindo a desenvolver de forma definitiva o panorama cultural catarinense, tanto no âmbito da cultura popular, quando na esfera acadêmica com um estreitar das relações e ntre o Estado de Santa Catarina e a Região Autônoma dos Açores. Desde o primeiro grande congresso comemorativo aos 200 anos de chegada dos povoadores açorianos em Santa Catarina, realizado em setembro de 1948, foram dezenas de iniciativas que resultaram em mais de três dezenas de eventos, bem como protocolos de cooperação e de geminações entre cidades da Região Autônoma dos Açores e do litoral do Estado de Santa Catarina. A produção literária, na prosa e na ficção, e a produção científica nas áreas de história, sociologia, demografia, antropologia e geografia humana se dese...